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Matéria publicada no jornal O ESTADO DE SPAULO_20/03/2011

2o artigo estadao

Conhecer para Reter

CONHECER PARA RETER

Pesquisas mostram que os prejuízos financeiros com a evasão no ensino superior, chegaram próximos à R$ 9 bilhões em 2009. A estimativa vem  do custo médio por aluno (até R$ 15.000 ao ano no Ensino Superior), versus o custo fixo que a instituição mantem através de prédios, corpo docente, equipamentos e equipe administrativa, independente da presença do aluno.

Segundo dados do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), a taxa de evasão chegou à 24%  em 2010.

O alto percentual de evasão, combinado com baixas taxas de ingressos (negativa em 7,5% em 2009) apresenta uma das principais preocupações do segmento educacional e chama atenção de governos e de instituições privadas, uma vez que impacta diretamente o desenvolvimento econômico do país.

Os principais pontos associados à evasão, estão relacionados à dificuldades no aprendizado, ao distanciamento da instituição com o alunado e a falta de interesse por parte do aluno, mesmo sendo comprovado o aumento de renda obtido através da educação.

A aprendizagem é um processo complexo, que necessita de um acompanhamento estruturado, capaz de identificar possíveis problemas e desvios em tempo hábil para sua correção. Para tanto, é necessário conhecer o alunado a fundo, suas características coletivas e individuais. É preciso  compreender o que é importante para o aluno, como ele aprende e o que o motiva a frequentar a escola.

O desafio atual não está na obtenção de dados, mas sim em sua consolidação e transformação em informações que poderão derivar melhorias para alunos e para a qualidade de ensino.

A  grande variedade de dados e fontes (comentários em pesquisas, e-mails, redes sociais, blogs, wikis, call center, etc), a incompatibilidade de sistemas e os diversos processos manuais, dificultam a análise profunda e automatizada das informações.

O volume e a riqueza das informações são imensos. Bem estruturados e analisados, é possível criar uma visão completa sobre o aluno, de suas preferências, sobre seu desempenho, talentos e deficiências. É possível  desenvolver planos de correção ao longo do ano letivo, evitando assim que o aluno venha a perder o ano e desta forma desmotivar-se.

Ferramentas de inteligência de dados e de análise preditiva, antes utilizados por corporações para auxiliar a tomada de decisão e alterar a direção de seus negócios, estão sendo utilizadas pelas instituições de ensino, como forma de conhecer características de seus alunos, que vão além de informações cadastrais, notas e faltas.

Ao conhecer melhor o alunado, instituições de ensino passam a  proporcionar “coaching” durante toda a vida acadêmica do aluno, viabilizando práticas para o ensino personalizado e continuado. A análise de dados históricos, permite que a instituição  maximize seus investimentos em ações que realmente farão diferença na vida acadêmica do aluno, levando em consideração suas reais necessidades, deficiências e elementos dos quais ele valoriza.

 

Ouvir mais o alunado, não apenas através dos canais de atendimento, mas através da análise de suas informações, contribui efetivamente para questões como: Porque o aluno evade? Quais são as características do evasor? O que o alunado valoriza em uma instituição? Seus investimentos realmente beneficiam os alunos? Qual ferramenta de ensino é mais efetiva?

Os benefícios são imensos. A mesma base de informações, trabalhadas por ferramentas analíticas é capaz de beneficiar instituições de ensino, corpo docente e alunos.  Instituições passam a maximizar ações e investimentos em planos efetivos para retenção (aconselhamento, aulas de reforço, pacotes de ajuda financeira), identificação de talentos e melhoria da qualidade de ensino. O corpo docente, passa a receber informações de qualidade sobre suas classes, que proporciona o ajuste do conteúdo de acordo com as características de seu aluno. Pais e alunos, passam a ter maior controle sobre seu desempenho e contar com medidas preventivas que garantirão o atingimento de seus objetivos.

Futuramente, parcerias poderão ser desenvolvidas entre instituições de ensino médio, superior e iniciativa privada, para que talentos possam ser mapeados desde o processo de alfabetização e acompanhados durante toda sua vida acadêmica. Ao parceirizar-se com as escolas, o ensino superior passa a contar com um processo de seleção mais efetivo, atraindo alunos com o perfil desejado elevando assim a reputação da instituição.

Todas as respostas já estão dentro de sua instituição. Tomadas de decisão, em uma época de maximização de recursos e alta competitividade, não podem ser realizadas com base  em intuição. É preciso aproveitar a riqueza de seus dados e transformá-los em ações realmente eficazes que trarão melhorias não apenas para o negócio, mas para um problema social que é a qualidade de ensino.

 

O Futuro da Educação. Mas existe o futuro sem o presente?

Pesquisas voltadas ao setor educacional, apontam as principais tecnologias emergentes, que  impactarão diretamente o processo de ensino e aprendizado. Novas metodologias serão criadas, impulsionadas principalmente pelo perfil investigativo e criativo da nova geração de estudantes.

A evolução sobre os conceitos e aplicabilidade de tecnologias que envolvem mobilidade, colaboração e computação em nuvem, é sinalizada como base comum para o aumento da eficácia do processo atual de ensino, do estreitamento do relacionamento entre instituições e alunos e para levar educação à regiões remotas. Alguns conceitos, ainda em fase de testes, como Realidade Aumentada (RA), Análise Gestual e Análise Visual de Dados, também são mencionados como potenciais tecnologias para os próximos anos.

O senso de urgência para a maximização do tempo e a necessidade do cumprimento de diversos compromissos ligados a vida pessoal, profissional e acadêmica, reforçam a aderência das tecnologias acima citadas. Dispositivos móveis, tornam-se cada vez mais inteligentes e ofecerem comunicação, produtividade e  aprendizado e são apenas um exemplo do caminho evolutivo que estamos atravessando.

Professores estão experimentando novas possibilidades de colaboração e de acesso ao conteúdo aberto disponibilizado por outras instituições, enquanto alunos através de seus dispositivos móveis integrados, passam a estimular suas instituições à entregar  conteúdo em qualquer lugar e a qualquer momento.

As instituições precisam estar preparadas para absorver todo o potencial que as novas tecnologias tem à oferecer aos alunos: Um ambiente propício para seu desenvolvimento e aprendizado, capaz ainda de diferenciá-la junto ao mercado  contribuindo assim para a fidelização do alunado.

O cenário de atuação está cada vez mais complexo, marcado pela concorrência, e pelos elevados índices de evasão e inadimplência. Os  principais desafios enfrentados estão ligados à manuntenção da competitividade, a criação de diferenciais e no alinhamento da  estratégia de crescimento com os orçamentos e equipes limitados.

E ao mesmo tempo em que necessita  controlar custos, é fundamental fornecer serviços de alta qualidade como forma de manter sua sobrevivencia no mercado.

Desta forma, qual seria o caminho à ser seguido pelas instituições, para garantir o acompanhamento da evolução das metodologias de ensino?

A área de Tecnologia tem papel fundamental, sendo o principal parceiro neste processo evolutivo. É preciso otimizar a infraestrutura existente e maximizar os investimentos atuais. A realização de uma auto-avaliação, com o objetivo de mapear as áreas críticas para evolução, é fundamental.

* A infraestrutura atual é capaz de suportar todos os desafios de crescimento e as ações para manter a sua sobrevivência no mercado, através de serviços diferenciados aos alunos?

* Sua instituição responde rapidamente as novas demandas de alunos e corpo docente?

* Como sua instituição está preparada para um cenário de alto consumo de infraestrutura de redes e banda larga, devido ao aumento da utilização de recursos multimidia?

* Como gerenciar a ampliação dos canais de atendimento à alunos, com padronização e acesso rápido à informações?

* Como permitir a conexão de novos dispositivos, de alunos e professores à rede e aos aplicativos da instituição, sem comprometer a segurança e a integridade das informações?

Além da otimização e da maximização de investimentos, novas tecnologias auxiliam na transformação da dinâmica da atuação do departamento de tecnologia, onde busca-se a diminuição do volume de ações reativas, dando lugar a atividades que podem contribuir de maneira significativa para o processo de diferenciação e melhoria do aprendizado.

Cloud Computing, virtualização, atuação no modelo de serviços para atividades que não estão diretamente ligadas ao processo acadêmico e a automatização de processos, são algumas das tecnologias que contribuem para o balanceamento eficaz dos investimentos recebidos.

Contudo, o processo de adequação deve ser realizado de maneira programada e faseada, identificando os principais elementos para a construção de uma base sólida, para garantir um crescimento sustentável. Elencar prioridades e eliminar processos manuais e redundantes, pode ser um bom início para garantir economias que irão garantir novos investimentos. E para isso sua instituição deve contar com um parceiro tecnológico confiável, que não represente apenas um fornecedor, mas sim um parceiro neste processo de crescimento.

E a sua instituição? Como está sendo preparada para o futuro?

 

 

Novos Líderes. Mesma Formação Acadêmica?

Em poucos anos, a “Geração Milenium ou Geração Y” representará 50% da força de trabalho mundial. Uma geração que convive em um mundo digital e interligado, que experimenta os benefícios da tecnologia em seu dia-a-dia.

Experiências novas trazem novas perspectivas. Desta forma é natural pensar que a percepção dos lideres do futuro sobre o mundo, são diferentes da visão dos lideres atuais. Também nos leva a crer, que uma nova realidade de mercado, exige formação e preparo diferenciados.

Pensando neste tema, a IBM realizou a pesquisa, “Inheriting a complex world” com 3.600 estudantes de 40 países sobre a visão da nova economia e mercado, e quais seriam as qualificações necessárias para garantir um bom posicionamento profissional sob a ótica dos alunos.

No estudo, foram comparadas as visões dos lideres atuais com os lideres do amanhã sobre temas voltados a valores, estilos de liderança, gestão de negócios e meio ambiente.

Os entrevistados, a maioria nascido após meados da década de 80, cresceram em um cenário de crescimento economico, enriquecimento e estabilidade dos juros. E as percepções dos novos lideres estão moldadas em um mundo digital e interligado, desde seus primeiros anos de vida.

O principal ponto identificado no estudo é relacionado ao desenvolvimento de uma liderança em um cenário de escassez de recursos naturais. Desta forma, as principais mudanças estão ligadas a temas como globalização e sustentabilidade.

A nova geração considera-se cidadão global e o entendimento de novas culturas, sociedades e necessidades é a base para o desenvolvimento de um sistema de gestão eficaz.

Acreditam que a economia está mais complexa, interdependente e volátil e para atuar neste novo cenário, seis em cada dez estudantes sinalizam a criatividade e o pensamento global como características fundamentais para o novo profissional.

O tema globalização, amplamente mencionado na pesquisa, aparece com uma nova roupagem, não apenas relacionada à questões financeiras, mas relacionada a oportunidade de criação de novos valores, responsabilidade social e com o meio ambiente. Grande parte dos estudantes entrevistados, sente-se responsável com o meio ambiente e considera o planeta um recurso compartilhado.

Gráfico comparativo entre a visão dos CEOs e Estudantes sobre o perfil necessário da nova liderança. Fonte: “Inheriting a complex world, julho 2010.

Possuem ainda uma visão clara sobre o desafio da liderança na era da escassez. Sob o ponto de vista dos estudantes, o rápido desenvolvimento dos países emergentes impactará seriamente os recursos naturais, visão que é compartilhada por poucos dos líderes atuais. O fato obrigará o governo e empresas a adaptarem seus produtos e serviços de acordo com a nova realidade.

Scancity of resources will impact organizations to a large extent. Students 65%, CEOs29%Estudantes demonstram-se mais focados na questão da sustentabilidade e escassez de recursos que os atuais líderes. Fonte: “Inheriting a complex world, julho 2010.

Percebe-se então um novo perfil de profissional e de consumidor, ligado à questões de sustentabilidade, com espirito de colaboração global motivado pela escassez e com compromisso com a responsabilidade global e cidadania.

Os estudantes demonstraram estar muito conscientes sobre os desafios que irão enfrentar em suas carreiras. Sinalizam também que não se sentem preparados por suas instituições de ensino principalmente em temas ligados a sustentabilidade, inovação, empreendedorismo e no modo de atuação em novos mercados, principalmente os emergentes.

Collaboration 64%, use of techonoly to benefit from information 59%, Be a global citizen 56%, act ethically and accountably 56%, Flexibility for needed skill sets 53%Habilidades dos quais os estudantes acreditam ser necessários para a enfrentar a nova economia versus o nível de preparo atual. Fonte: “Inheriting a complex world, julho 2010.

Os conceitos de sucesso pessoal e profissional estão se reinventando. Fica claro a mudança do perfil e das exigências do novo alunado, que busca desenvolver novas habilidades ligadas ao entendimento não só da cultura e economia local, mas global.

Desejam a transformação do mundo educacional e que as instituições de ensino levem para dentro das salas de aula a realidade social e economica e não mais apenas o conteúdo acadêmico.

Fica um ponto para reflexão. Como as instituições de ensino estão se preparando para atender a esta nova realidade?

Para conhecer o estudo completo clique aqui

Inheriting a complex world. IBM.

 

A Transformação do Processo de Ensino e o Papel da Tecnologia

A educação está posicionada em primeiro lugar como a necessidade básica, depois daquelas consideradas vitais como o alimento, vestuário e abrigo. É através dela que o individuo obtém ferramentas para alterar seu status social e reformular seu papel e atuação na sociedade. Proporciona a conquista, satisfação e ascensão social.

O mundo está mudado e pede pelo desenvolvimento de novas habilidades e atitudes. Em paralelo surgem novos valores, expectativas e aspirações na nova geração.

Diante deste cenário, torna-se imprescindível a mudança na forma de atuação das instituições de ensino. Para continuarem competitivas no mercado, precisam mudar sua forma de pensar e atuar a fim de adaptar-se ao novo perfil de aluno, motivado a discutir, colaborar, aderir a causas sociais e ambientais e que não enxerga mais as fronteiras geográficas como barreira.

Muito tem se falado sobre a “Sala de Aula do Futuro”, mas esta é apenas uma das adaptações necessárias. É preciso rever o papel da instituição e o relacionamento entre o aluno e professor, componentes-chave de qualquer sistema de ensino. É necessário estreitar relacionamentos e para isso é fundamental conhecê-los.

A metodologia de ensino e de aprendizagem também deverão passar por profundas mudanças: novas fronteiras, necessidades e especializações provocam esta transformação.

A nova geração e realidade do mercado impulsiona a mudança no perfil tradicional de ensino. Pessoas desejam aprender mais e a qualquer momento. Uma grande prova disso é o crescimento do modelo Ensino à Distância, que comprova o número crescente de alunos em busca de um modelo mais flexível de aprendizado.

Os dispositivos móveis com seus aplicativos e as redes sociais, fazem parte da vida social e profissional da nova geração e inevitavelmente acabaram por contribuir com novos hábitos educacionais. Possibilitaram a entrega de conteúdo e a colaboração em tempo real, em qualquer lugar, horário e sem os limites físicos das salas de aula.

O ensino passa a ser colaborativo, rico em trocas e não mais de responsabilidade única da instituição. Professores passam a ter um papel adicional como administradores e intermediários do conhecimento, agora recebido de diversas fontes e criado a muitas mãos.

O Papel da Tecnologia na Transformação do Setor Educacional

É clara a necessidade de mudanças. E para isso ferramentas se fazem necessárias para suportar esta profunda transformação. A tecnologia passa a ter papel fundamental, através de uma nova forma de elaboração, linguagem, acesso e distribuição do conteúdo.

Além de ter se tornado um importante mecanismo para a entrega de ensino em regiões remotas, a tecnologia tem seu papel ampliado quando falamos na melhoria do aproveitamento dos recursos atuais das instituições para promover uma melhor gestão, aumentar seu conhecimento sobre o aluno e melhorar a qualidade do ensino entregue.

A questão do conhecimento sobre o aluno é fundamental não apenas para endereçar questões administrativas, mas principalmente como forma de melhorar a qualidade de ensino entregue, pois possibilita a criação de conteúdos e serviços personalizados. Serviços estes oferecidos através de diversos dispositivos integrados.

Com isto, se torna possível a diferenciação entre instituições, ao criar um ambiente de ensino que permita ao aluno explorar ao máximo seu potencial, disponibilizando recursos e ferramentas de colaboração, com conteúdo baseado em suas necessidades individuais, habilidades, deficiências e aspirações.

Acompanhado do conceito de “aprendizado em qualquer lugar”, surge também o conceito de “educação continuada” estimulada pela crescente competição no mercado de trabalho e por funções que exigem novos níveis de especialização e atualização constantes. O termo “ex-aluno” não tem mais sentido nesta nova realidade.

E novamente, as informações, seu gerenciamento e uso se tornam fundamentais. É necessário acompanhar todo o ciclo de vida acadêmica do aluno, de forma a manter o relacionamento e com a aproximação, para garantir novas fontes de receita para as instituições.

Novas Formas de Relacionamento

Mas não apenas relações entre professores e alunos mudarão. As relações entre as instituições também deverão ser revistas. Surge um novo conceito de cooperação, principalmente entre as instituições de pequeno e médio porte.

Itens como compartilhamento de infra-estrutura de centros de processamento, laboratórios, bibliotecas e compras conjuntas irão contribuir para a sobrevivência em um mercado tão competitivo e cada vez mais dominado pelos grandes grupos.

Porém, vale lembrar que a tecnologia por si só não melhorará a qualidade de ensino, mas sim se for combinada com a participação dos gestores acadêmicos para a reformulação do conteúdo e adaptação da linguagem e formato de entrega ao aluno.

Não basta adaptar salas de aulas com novos apetrechos tecnológicos, se a cerne da instituição de ensino, ou seja, o conteúdo e o relacionamento entre professores e alunos não mudar.

São muitos os ajustes necessários e para isso parcerias são importantes. Este é apenas o principio da revolução em nosso sistema de ensino.